Entre desafios e oportunidades, a nova legislação traz impactos positivos ao segmento. Executivo da Asia Shipping aponta que a nova estrutura fiscal, aliada a tecnologias avançadas, pode consolidar o Brasil como um player estratégico no mercado logístico global.
A recente reforma tributária no Brasil trouxe mudanças significativas para o setor de comércio exterior, especialmente em termos de logística e transporte. Com a entrada em vigor da Lei Complementar 214, de 2025, sancionada pelo Governo Federal, os negócios que atuam no segmento precisam se adaptar a um novo modelo fiscal, garantindo conformidade e eficiência operacional. É o que explica Alexandre Pimenta, CEO da Asia Shipping, maior integradora logística da América Latina.
De acordo com o executivo, a nova legislação traz impactos positivos ao segmento e pode tornar o Brasil mais competitivo, elevando o país a uma posição estratégica no mercado logístico mundial, mas requer um certo planejamento das empresas que atuam no setor, principalmente em relação à precificação e etapas operacionais.
“As mudanças criam oportunidades, como a redução de custos administrativos, maior previsibilidade tributária e um ambiente de negócios mais competitivo para empresas que operam no comércio exterior. No entanto, é preciso atenção quanto ao custo do frete e à cadeia de suprimentos, tornando essencial a revisão das estratégias tributárias e operacionais”, destaca Pimenta.
Como se preparar para as mudanças tributárias
A partir da Lei Complementar 214, a reforma tributária trouxe mudanças importantes, como o fim da cumulatividade de tributos, tornando os serviços, como os de frete, mais competitivos no exterior. Agora, a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por estados e municípios, seguem o princípio da tributação no destino.
Além disso, foi garantida imunidade tributária para serviços exportados, como frete, seguro e armazenagem, reduzindo custos e favorecendo a integração entre bens e serviços nas exportações brasileiras.
Para que os negócios se adaptem às alterações, Pimenta aponta a necessidade de adotar medidas de compliance fiscal, a importância de investir e aderir a tecnologias avançadas que ajudem a garantir a conformidade dos processos e, acima de tudo, preparar e capacitar as equipes para este novo cenário.
“É preciso reestruturar a estratégia de compliance tributário, revisando processos internos para estar em alinhamento com a nova legislação e garantir aderências às exigências fiscais. A adoção de tecnologias e sistemas de gestão, por meio de ferramentas avançadas que automatizem diferentes etapas desse processo, é também uma iniciativa de máxima inteligência. Mas é claro que para tudo isso acontecer com eficiência e assertividade, é preciso capacitar aqueles que farão parte dessa nova realidade”, enfatiza o executivo.
E em meio a esse contexto, a Asia Shipping, tem se destacado como exemplo na adoção de soluções inovadoras para lidar com as mudanças tributárias. A empresa tem modernizado seus processos por meio da plataforma Dati, que opera em nuvem, é baseada em inteligência artificial, e apresenta funcionalidades como a atualização contínua sobre os tributos que incidem sobre cada operação, além do preenchimento automático de cerca de 85% das informações exigidas na Declaração Única de Importação (DUIMP), operando de maneira integrada com o novo Portal Único de Comércio Exterior.
A companhia baseia-se também em uma forte política de compliance, a exemplo do que foi demonstrado em seu último relatório de integridade, recentemente publicado em seu site. Para 2025, a meta da Asia Shipping é avançar em mais treinamentos para reforçar a cultura da integridade, fortalecer os canais de comunicação e compliance, e monitoramento contínuo das melhores práticas e regulamentações.
