Por Ana Claudia Nagao (Panorama Farmacêutico)
Os cinco medicamentos mais caros disponíveis no Brasil provocam sérios efeitos colaterais no bolso. Os preços variam de US$ 419 mil a US$ 2,1 milhões, o que ressalta a importância de se repensar a política de acesso a remédios e problemas crônicos como a dependências de insumos do Exterior.
Embora sejam alvos de grandes investimentos da indústria farmacêutica em pesquisa e desenvolvimento, esses remédios lançam desafios extras para a cadeia de saúde e dificultam a missão de romper as barreiras na adesão aos tratamentos. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que esses fármacos, focados no combate a doenças raras e de alta complexidade, poderiam beneficiar cerca de 13 milhões de pacientes.
Confira a relação, baseada em uma análise da GoodRx, plataforma que rastreia o preço de medicamentos prescritos nos Estados Unidos. Para completar a dor de cabeça, convertemos os valores para reais.
Os 5 medicamentos mais caros à venda no Brasil
1ª POSIÇÃO
Medicamento: Zolgensma
Fabricante: Novartis (Suíça)
Preço: US$ 2,1 milhões (R$ 10,69 milhões)
Desenvolvido para o tratamento da atrofia muscular espinhal (AME), é tecnicamente o medicamento mais caro do mundo. Em compensação, é administrado em apenas uma dose, o que o torna “menos oneroso”
2ª POSIÇÃO
Medicamento: Luxturna
Fabricante: Spark Therapeutics Generation (Estados Unidos)
Preço: US$ 850 mil (R$ 4,33 milhões)
Essa terapia genética trata uma forma hereditária de distrofia retiniana, que causa perda de visão e muitas vezes até cegueira completa. O medicamento não pode ser dispensado em uma farmácia, pois exige que um médico administre um frasco em cada olho
3ª POSIÇÃO
Medicamento: Ravicti
Fabricante: Horizon Therapeutics (Irlanda)
Preço: US$ 793 mil (R$ 4,04 milhões)
Usado para tratar distúrbios do ciclo da ureia, é dispensado em farmácia e não requer administração de um profissional de saúde
4ª POSIÇÃO
Medicamento: Brineura
Fabricante: BioMarin Pharmaceutical (Estados Unidos)
Preço: US$ 700 mil (R$ 3,56 milhões)
Administrado em ambiente hospitalar, o medicamento combate a lipofuscinose ceróide neuronal infantil tardia tipo 2 (CLN2). A doença acarreta uma perda lenta da capacidade de andar em pacientes pediátricos acima de três anos de idade
5ª POSIÇÃO
Medicamento: Carbaglu
Fabricante: Aesica Pharmaceuticals (Reino Unido)
Preço: US$ 419 mil (R$ 2,13 milhões)
Com comercialização inclusive em farmácias online, o remédio é aplicado somente por via oral e auxilia no tratamento da hiperamonemia. Trata-se de um transtorno no metabolismo que tem como causa a deficiência da N-acetiglutamato sintase (NAGS). Em longo prazo, a enfermidade pode até comprometer o sistema neurológico por causa do acúmulo de amônia na corrente sanguínea