Simpósio do grupo de Classificação de Tumores da OMS no Rio reunirá geneticistas, oncologistas, cirurgiões, mastologistas e patologistas renomados, nos dias 16 e 17/6

São Paulo, 13 de abril de 2023 – Evento do grupo de Classificação de Tumores da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) trará ao Rio de Janeiro grandes nomes de diversas especialidades para discutir as predisposições herdadas de família a desenvolver tumores. Trata-se do Genetic Tumor Syndromes Symposium a ser realizado nos dias 16 e 17 de junho, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. As síndromes hereditárias aumentam a probabilidade do surgimento de tumores antes da idade habitual.

O Simpósio antecipará a discussão e pesquisas que estarão no volume a ser lançado em novembro sobre “Genetic Tumor Syndromes”, o primeiro sobre o tema da série Blue Books, os livros de capa azul da OMS que fazem a padronização e atualização da classificação de tumores em todo o mundo. É a partir dessas classificações que os cânceres são diagnosticados e seus tratamentos não apenas definidos, mas também, em muitos casos, desenvolvidos para posteriormente ter medicamentos produzidos.  

“As síndromes hereditárias têm grande relevância”, explica a Dra. Katia Ramos Moreira Leite, integrante do conselho consultivo da SBP e a única médica da América do Sul a integrar o grupo de Classificação de Tumores da OMS, o comitê editorial da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) da OMS. “Em geral, até aproximadamente 10% das neoplasias (tumores) têm como causa a herança de um gene de predisposição e no caso dos neuroendócrinos esse número chega a 25%”, diz. 

O Head de Classificação de Tumores da Organização Mundial de Saúde (OMS) e editor dos Blue Books, Dr. Ian Cree já confirmou presença. Fará uma apresentação da iniciativa da OMS da Classificação das Síndromes Tumorais Hereditárias (GTS, na sigla em inglês). O simpósio é também organizado pela Sociedade Internacional de Tumores Gastrointestinais Hereditários (InSIGHT), pelo Grupo de Genética de Câncer do Reino Unido com apoio de outras sociedades como o Collaborative Group of the America for Inherited Gastrointestinal Cancer.

Na programação, médicos e pesquisadores renomados nas áreas de oncologia, genética e patologia salientando o caráter multidisciplinar do evento. O oncogeneticista britânico Dr. Ian Frayling, que, entre outros temas, falará sobre testes genéticos e interpretação de variantes e também sobre a síndrome de Lynch, associada aos cânceres colorretal, do endométrio, de estômago, pâncreas e do trato urinário. A Dra. Joanne Ngeow Yuen Yie, do National Cancer Centre de Singapura, abordará as síndromes hereditárias mais comuns relacionadas aos cânceres ginecológico, de mama e ovário, para citar apenas um dos temas de suas apresentações. A autora do Diagnostic Pathology: Familial Cancer Syndrome, a Dra. Vânia Nosé, enfocará o sistema endócrino hereditário e a predisposição a síndromes, além de outros temas complementares.

Os médicos patologistas têm um papel fundamental no diagnóstico do câncer e estarão presentes.  Dra. Isabela Werneck da Cunha, da Rede D’OR; o vice-presidente de Assuntos Acadêmicos da SBP, Dr. Felipe D’Almeida Costa e a secretária-geral da Sociedade, Dra. Marina De Brot, os dois últimos médicos do A. C. Camargo Cancer Center. Vão discutir aspectos da anatomia patológica e molecular e a importância desse tema no manejo do paciente

Entre os médicos brasileiros, vários especialistas com alta relevância internacional também de outras especialidades participarão como Dra. Maria Isabel Achatz, Dra. Patrícia Prolla, Dr. Bernardo Garicochea, Dr. José Claudio Casali, Dr. Rodrigo Guindalini e José Mauricio Mota. 

Alguns dos assuntos abordados durante os dois dias do simpósio são: Implicações no tratamento para resultados dos testes genéticos: terapia sistêmica para câncer de mama; tumores gástricos; da síndrome do tumor hamartoma aos transtornos do neurodesenvolvimento; síndromes de câncer de células renais; aconselhamento genético; síndromes genéticas hematolinfóides; envolvimento da tireoide em alterações genéticas; quebra cromossômica; pele e MINAS (Multi-locus Inherited Neoplasia Allele Syndrome).

“A importância do reconhecimento dos indivíduos com predisposição ao desenvolvimento de tumores é enorme, para o indivíduo, para sua família e para o sistema de saúde. Uma responsabilidade de todos os especialistas envolvidos nos cuidados aos pacientes com câncer”, conclui a Dra. Katia Leite, integrante do conselho consultivo da SBP.

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