Detalhes da segunda fase da operação foram explicados em coletiva

Investigações do Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), indicam a manipulação de resultados em seis partidas do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022:

Jogos campeonatos estaduais de 2023 também estão no escopo da Operação Penalidade Máxima II, deflagrada hoje (18/4):

A revelação dos jogos e o detalhamento do modus operandi do grupo criminoso ocorreu durante entrevista coletiva concedida na tarde de hoje pelo coordenador do Gaeco, promotor Rodney da Silva; pelo coordenador da operação, promotor Fernando Cesconetto; e pelo promotor integrante do Gaeco Marcelo Borges Amaral.

Os atletas envolvidos receberiam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil por pênaltis cometidos, escanteios e cartões amarelos e vermelhos nas partidas.  Os nomes dos suspeitos não foram revelados em obediência à Lei de Abuso de Autoridades.

De acordo com Fernando Cesconetto a partida Juventude x Palmeiras (10/9) acabou entrando na lista depois que um dos suspeitos, durante abordagem realizada hoje, apontou fraude também neste jogo. Rodney da Silva afirmou, durante a coletiva, que essa revelação pode indicar que o esquema pode ser ainda maior do que o apurado até agora.

Mandados e prisões cumpridos em seis estados

Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, sendo 1 em Goiás (um jogador de futebol em Goianira), 3 no Rio Grande do Sul, 3 em Santa Catarina, 1 no Rio de Janeiro, 2 em Pernambuco e 10 em São Paulo. Também foram cumpridos 3 mandados de prisão em São Paulo (nenhum contra jogador). Nos locais das prisões foram encontradas e apreendidas duas armas de fogo e granadas de efeito moral. Os suspeitos terão de explicar como conseguiram e como acessaram o material, por serem de uso restrito.  

O coordenador do Gaeco esclareceu que os investigados, caso sejam denunciados e as denúncias aceitas pela Justiça, irão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção (de acordo com o Estatuto do Torcedor) e ainda lavagem de dinheiro. Ele frisou que os clubes, as federações, a maioria dos jogadores e mesmo as casas de apostas são vítimas desses esquemas. “Toda aposta manipulada traz prejuízo para a casa de apostas”, pontuou.

Próximos passos são tomada de depoimentos e análise das provas colhidas

Segundo Fernando Cesconetto, os trabalhos do MP agora se concentrarão na reunião e análise de material e interrogatório dos suspeitos, para só então definir os próximos passos. Ele deixou claro que não há prazo determinado para conclusão das investigações. 

Sobre a possibilidade de novas etapas da operação, Rodney da Silva afirmou: “Talvez não haja mais nenhuma, talvez haja mais dez”, a depender dos fatos novos que forem apurados. O coordenador do Gaeco disse ainda que cabe à sociedade, aos clubes, federações e entidades ligadas ao esporte desenvolver um trabalho conjunto preventivo para evitar que situações como essa se perpetuem.

Nesta etapa, o Gaeco, com o apoio dos MPs de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, focou as investigações em cinco jogos do Campeonato Brasileiro Série A 2022 e também outras cinco partidas de campeonatos estaduais realizadas entre janeiro e fevereiro deste ano. 

Novos investigados surgiram na segunda fase da operação

A primeira fase da Operação Penalidade Máxima, realizada em fevereiro deste ano, ofereceu denúncia contra 14 pessoas, entre jogadores corrompidos e apostadores, por aliciamentos e intermediação de fraudes nos resultados de jogos. Segundo Fernando Cesconetto, nesta segunda fase há pessoas que já foram alvo das investigações naquele momento, mas também novos atores envolvidos. (Texto: Mariani Ribeiro/Assessoria de Comunicação Social do MPGO)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *