Falar em candidatura com tamanha antecedência é coisa para barriga verde. Estamos na época da frigideira. Ou seja, no período em que os políticos citam nomes para serem fritados e só entram nessas quem tem pouca vivência em política. No passado, os políticos periféricos faziam isso quando queriam queimar nomes, ou destruir adversários, porque todos sabiam que a última palavra cabia sempre ao chefe político; aos coronéis que geralmente permaneciam introvertidos e em silêncio assustador.

A imprensa velhaca enumerava nomes para jogar aos porcos, porque sabia que os coronéis não gostavam de ver suas futuras decisões sendo expostas. Era como jogar pérolas aos porcos ou atirar pretensos candidatos à fogueira, especialmente aqueles pretendentes sempre esquecidos por quem decidia. Atualmente não só a imprensa convencional ou os analistas políticos fazem isso quando querem colocar nomes na fogueira, mas uma gama imensa dos chamados influenciadores digitais que nada entendem de política e tentam sair na frente e acabam queimando seus nomes preferidos, atirando todos na brasa para serem consumidos pelos que comandam o poder

Com raras exceções a tendência é sempre a mesma: o grupo do poder chegar ao segundo turno, notadamente hoje, quando o comando Municipal está unido ao governo Estadual. Se o candidato for relativamente consistente eleitoralmente, praticamente está com seu passaporte carimbado para o segundo turno. A outra vaga pertence ao grupo mais forte da oposição que em Anápolis, desde 2008 está assegurado pelo Partido dos Trabalhadores que reveza o poder com o grupo de oposição mais forte, marcando terreno no segundo turno.

Para uma análise política isenta de paixão partidária, o que importa são os números. E, estribado neles, tudo indica que o segundo turno das próximas eleições em Anápolis será disputado pelo candidato do poder (prefeito e governador) com o candidato do PT (com apoio do Governo Federal). Fora disso é apenas probabilidade com pouco peso. É claro que não se pode descartar o caminho pouco viável da terceira via, mas tudo indica que até essa já tem seu leito ocupado por alguém que consiga provar ser herdeiro de verdade do que restar das cinzas do bolsonarismo após a catastrófica CPMI dos golpistas do dia da infâmia do 8 de janeiro de 2023.

Diante desse quadro, se existir mais candidatos fora dessa trilogia, vai ser apenas para ajudar a eleger bancada de vereadores e aguardar vaga para composição no segundo turno. O mais provável é que partidos grandes como MDB, PSD, União Brasil, PP, entre outros estarão juntos na chapa oficial do prefeito Roberto Naves. Partidos grandes como PT, PSDB, PSB e outros da esquerda estarão juntos com o candidato do Partido dos Trabalhadores.

Até dezembro de 2023 os partidos estarão com suas frigideiras esquentando para fritar vários candidatos porque todos os acordos miram a eleição estadual de 2026. A partir de março do próximo ano começa o tempo da caça às bruxas, ou seja, quando os candidatos “barrigas verdes”, aqueles sem grupos políticos ou que nasceram da conveniência de algum ceguinho, vai sentir o peso da rasteira: Vai ter que compor ou vai ser esquartejado politicamente. (Dilmar Ferreira)

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