Segundo os dados do governo federal, o número de empresas abertas ano passado foi menor. Já o número de empresas fechadas foi quase 20% maior do que o registrado em 2021. O montante engloba empresas de todos os portes e os microempreendedores individuais. Especialista dá exemplo de ferramenta que auxilia empresas a driblarem concorrência e se manterem relevantes no mercado.
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A inteligência de mercado pode, sem dúvida, auxiliar a virar o jogo e ajudar uma empresa a se diferenciar da concorrência
Entre aberturas e encerramentos, o Brasil fechou 2022 com 20.191.290 empresas ativas. No acumulado do ano, foram abertas no país 3.838.063 empresas, número 4,8% menor que em 2021. Já o percentual de empresas encerradas no ano passado foi 19,8% maior que no ano anterior, chegando a 1.695.793 CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) encerrados. Os números fazem parte do boletim Mapa das Empresas, divulgado pelo governo federal.
Apenas no terceiro quadrimestre de 2022, o número de empresas que encerraram suas atividades chegou a 137.250, maior que o número de fechamentos registrados em 2021, que atingiu 118.723 negócios. Segundo análise do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que divulgou os números, os dados demonstram a constância de crescimento nos números, em movimento que advém da dinâmica da economia e do ambiente de negócios.
Apesar do aumento do número de empresas encerradas, o saldo do ano – entre empreendimentos abertos e fechados – é positivo. O resultado de mais de 20 milhões de empresas ativas abrange empresas de todos os portes, incluindo matrizes, filiais e microempreendedores individuais.
Para os proprietários e sócios de empresas que querem manter-se entre os negócios ativos, relevantes e lucrativos, a inteligência de mercado é uma importante ferramenta que auxilia os gestores a tomarem decisões estratégicas. Com 18 anos de experiência em Gestão Comercial e Consultoria de Negócios, o gerente comercial David Ferreira de Melo afirma que por meio da utilização de dados estatísticos e informações sobre o mercado e seus concorrentes, estratégias comerciais podem ser criadas de forma que produtos, serviços e ações de vendas sejam revistos e adaptados para que se tornem mais competitivos.
“Há uma clara correlação entre a utilização de estratégias comerciais baseadas em inteligência de mercado, o relacionamento com os clientes e a velocidade de resposta às ações da concorrência. E afirmo isto pois, após anos de experiência utilizando estas ferramentas, invariavelmente pode-se enxergar muito mais longe e com maior profundidade as demandas e comportamento do mercado, notadamente por serem mapeados previamente”, atesta.
Ele acrescenta que a inteligência de mercado, quando aplicada nas estratégias de gestão comercial, torna-se uma ferramenta essencial para minimizar riscos e identificar oportunidades, comprovando que é preciso conhecer o seu ambiente de negócios, entender quais os desafios que as ideias e estratégias da gestão impõem, além de visualizar necessidades e demandas do mercado que ainda não tinham sido exploradas.
“A construção de estratégias comerciais vencedoras com o auxílio de ferramentas de inteligência de mercado pode ser desenvolvida de diversas formas, a depender do investimento, tempo e qualificação da equipe envolvida”, explica o gerente comercial, ressaltando que é essencial encontrar fontes confiáveis de dados para serem analisados. “Podem ser considerados relatórios de mercado, análises da concorrência, dados do setor, pesquisas e análise de dados, até mesmo de redes sociais”, aconselha.
Para se diferenciar da concorrência, é preciso analisar dados e informações
Diferenciar-se dos concorrentes e garantir maior competitividade e, consequentemente, a permanência no mercado, demanda análise minuciosa de dados do próprio negócio, da concorrência e do mercado em que se atua. O gerente comercial David Melo ressalta que após analisar dados e informações, é preciso partir para a busca por tendências, oportunidades e ameaças que possam afetar a empresa no curto, médio e longo prazos.
Ele explica que também é importante avaliar os próprios pontos fortes e fracos, além de identificar as forças e fraquezas da concorrência dentro de um cenário. Essa análise possibilitará visualizar as oportunidades e listar aquelas que podem ser aproveitadas para diferenciar a empresa da concorrência.
“Por exemplo, se for identificado que os clientes estão buscando por um determinado produto e que existe uma estimativa real de demanda, pode-se considerar adicioná-lo ao portfólio de produtos ou serviços da empresa, principalmente se já estiver alinhado à estratégia da organização”, comenta.
Plano de Ação – A partir dos resultados encontrados na análise de dados e informações, e visualização de oportunidades, é preciso elaborar um plano de ação, que pode incluir mudanças em produtos ou serviços, uma abordagem diferente no marketing da empresa ou uma nova estratégia de precificação.
“Sempre que se fala em precificação o comportamento do consumidor entra em ação. Através do valor percebido pelo cliente, é possível extrair as preferências, os níveis de preço possíveis e a sensibilidade a descontos. Com essas informações, busca-se compreender a possível demanda para maximizar as vendas”, destaca David Melo.
O profissional destaca ainda que uma vez colocado o plano em prática, deve-se monitorar e avaliar os resultados para avaliar sua eficácia. Segundo ele, isso é fundamental, pois ajustes poderão ser necessários para garantir que os objetivos estão sendo atingidos.
“A inteligência de mercado pode, sem dúvida, auxiliar a virar o jogo e ajudar uma empresa a se diferenciar da concorrência, pois é fonte de informações e insights valiosos sobre o mercado. Cria uma forte vantagem competitiva e fornece subsídios para o desenvolvimento de estratégias comerciais sólidas e detalhadas e portanto, com melhor chance de serem bem-sucedidas. Tendo em vista os cenários desafiadores, possibilita ainda agir com rapidez e com excelência em um ambiente negocial cada vez mais sujeito à mudanças e competitivo”, conclui.