Por Ana Claudia Nagao,
A radiografia das farmácias por tamanho de cidade revela uma cesta de consumo ainda bem distribuída por nicho de lojas, embora as redes continuem a avançar em relação ao varejo independente.
Com cobertura superior a 70% da população em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, as grandes varejistas que integram a Abrafarma representam 11% das mais de 90,9 mil farmácias existentes no Brasil. No entanto, as cerca de 9,7 mil lojas das grandes redes somam 44% da receita do setor, sendo que a maior participação está em cidades acima de 300 mil habitantes.
Os dados são baseados em pesquisas da Close-Up International e da IQVIA, considerando o ano de 2022. Embora haja esse domínio do grande varejo, o associativismo e as farmácias independentes seguem resilientes, respectivamente com incremento de 20% e 14% no período. As associativistas, aliás, já empatam com os pequenos PDVs em market share. Ambos os nichos detêm 22% do faturamento do setor. Já as outras redes cresceram 10% e respondem por 12% do mercado.
“Isso pode estar relacionado à valorização das lojas de bairro durante a pandemia, atrelada aos impactos da pressão inflacionária sobretudo nas cidades de menor poder aquisitivo, onde o pequeno e médio varejo concentra suas operações com foco claro na competividade dos preços”, acredita Paulo Paiva, vice-presidente da consultoria.
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Como estão as farmácias por tamanho de cidade?
Metrópoles acima de 1 milhão de habitantes
As redes detêm 76% do market share, seguidas das independentes, com 18% de participação. “Os dados não refletem profundas alterações em relação aos anos anteriores, o que pode indicar uma saturação nos grandes centros”, comenta Paiva.
Grandes cidades/300 mil a 1 milhão de habitantes
As redes registram uma representatividade estável, mas dominam 68% desses municípios. Embora ainda com menor participação na comparação com as independentes (20%), o associativismo vem reforçando presença nesses municípios e concentra 12% do share.
Cidades médias/50 mil a 300 mil habitantes
As variações são nítidas quando esse grupo é dividido entre municípios abaixo e acima de 100 mil. Nas cidades menores, a representatividade das redes cai de 61% para 51%. Quem ocupa esse espaço é o associativismo, que supera em faturamento as independentes.
Cidades pequenas/ menos de 50 mil habitantes
Esse é o território onde as farmácias independentes sustentam sua resiliência, com 55% do market share.