Em reunião com o vice-presidente e ministro, em Goiânia, Luís Alberto defendeu mais investimentos federais para ampliar a capacidade de armazenagem de grãos e para o melhoramento genético do rebanho leiteiro em Goiás

O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, pediu ao vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, maior atenção do governo federal ao agronegócio goiano. Citou duas demandas principais: investimentos no aumento da capacidade de armazenagens de grãos e no melhoramento genético da cadeia leiteira no Estado.

Luís Alberto participou de reunião nesta sexta-feira (28/7) do vice-presidente da República e ministro de Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, com empresários da indústria, do comércio, do agronegócio e da comunicação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Articulada pelo senador Jorge Kajuru (PSB/GO), teve o objetivo de discutir demandas do setor empresarial.

Também participaram do evento o governador Ronaldo Caiado e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (este de forma remota). Investimentos em infraestrutura, logística e inovação, além dos riscos da reforma tributária para o setor produtivo goiano, foram os principais temas discutidos.

Segundo o presidente do Sistema OCB/GO, atualmente a produção brasileira é de 322 milhões de toneladas de grãos no total, mas a capacidade de estocagem é de apenas 120 milhões de toneladas. “Em Goiás seguimos essa mesma proporção. Aumentamos muito a produção e a produtividade no campo, mas a capacidade de armazenagem não tem acompanhado”, frisou. “Hoje temos capacidade estática, ou seja, capacidade de armazenamento, de apenas 40% dos grãos produzidos em Goiás”, afirmou.

Luís Alberto frisou que a falta de espaços adequados para a armazenagem coloca os produtores rurais em desvantagem. “Eles são obrigados a vender o produto logo após a colheita, justo quando a oferta é maior e o preço praticado é naturalmente menor. O déficit de armazenagem provoca também aumentos nos custos de frete. Como a produção não pode ser estocada, o produtor paga mais alto pelo transporte para evitar prejuízo”, explicou.

Leite

A outra demanda apresentada por Luís Alberto é para a cadeia leiteira em Goiás. “Também pedimos uma atenção especial do governo federal aos produtores de leite, que estão perdendo a concorrência para os grãos. Acabam arrendando as suas terras para a produção de grãos e, desta forma, deixando sua atividade e passando a viver de subemprego. Não é crível que o nosso país tenha de importar leite da Argentina e do Uruguai. Precisamos tratar esse assunto com total prioridade, inclusive com olhar social”, disse.

O presidente do Sistema OCB/GO afirmou para Geraldo Alckmin que, em conversa com produtores de leite em Goiás, uma solução para o segmento é incentivar o melhoramento genético da cadeia leiteira. “Podemos ampliar a produtividade de uma vaca de 3 para 30 litros de leite por dia. Precisamos desenvolver um programa neste sentido. O Sistema OCB/GO vai convidar o governo de Goiás, o Senar, a Embrapa e o Sebrae para elaborarmos uma ação efetiva neste sentido nas cooperativas de leite, de melhoramento genético da nossa cadeia leiteira de nossos cooperados”, disse.

O vice-presidente e ministro concordou com o presidente do Sistema OCB/GO que o Brasil tem  importado leite em grandes volumes, principalmente do Uruguai. Mas, por ser país-membro do Mercosul, disse não ser possível adotar uma política de proteção ao produtor brasileiro, como elevar as alíquotas de importação. “Contudo, podemos e estamos estudando como fazer isso em relação aos derivados do leite, além de aumentar a fiscalização sanitária sobre o leite in natura importado”, frisou Geraldo Alckmin. Ele também concordou com a proposta de ampliar os investimentos no melhoramento genético do gado leiteiro do País.

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