Interrupções no fornecimento de eletricidade prejudicam toda a cadeia do abastecimento de água, cuja recuperação exige grande complexidade operacional em comparação com o processo envolvido no sistema elétrico
O período de chuvas está retornando e, com isso, aumenta a incidência de quedas de energia elétrica. As unidades de abastecimento de água sofrem com essas ocorrências, levando a interrupções no sistema e longos períodos de reabastecimento. Mas você sabe por que isso acontece?
Para que a água chegue até a sua casa, há um extenso caminho percorrido entre o manancial e a torneira. Nesse trajeto, a energia elétrica é fundamental para acionar maquinários de grande porte nas unidades do sistema de abastecimento – captação, estação de tratamento, estações elevatórias, entre outras – e bombear a água até o seu imóvel.
Começa assim: no manancial, as enormes bombas captam a água e a direcionam para a Estação de Tratamento, onde ela passa pelos processos de coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção. Para que isso aconteça, há sistemas de bombeamento, de controle e automação, que dependem de eletricidade.
Em seguida, a água é bombeada para os reservatórios, onde fica armazenada. A partir daí, ela é impulsionada ao longo da rede para chegar com pressão suficiente às caixas d’água dos imóveis – lembrando que, em locais com variações topográficas, entram em cena as estações elevatórias, que utilizam bombas elétricas capazes de fazer a água alcançar a parte alta das cidades.
E tem mais! Nas próprias redes de distribuição, que levam a água para todas as residências, a energia também é usada para ações de prevenção a vazamentos, por meio das válvulas redutoras de pressão e dos sistemas Day-Night.
Somando todas as cidades onde atua, a Saneago opera mais de 87 milhões de metros em extensão de redes de água. Pela dimensão de todo esse processo, a Saneago é a maior cliente em Goiás da concessionária de energia elétrica.
Normalização
Os sistemas da Saneago são adequadamente projetados para suportar eventuais faltas de energia. Porém, quando as quedas são sucessivas ou se prolongam por muitas horas, o abastecimento pode ser prejudicado. Enquanto o restabelecimento da energia ocorre imediatamente após a conclusão dos serviços na rede elétrica, com a água não funciona dessa forma, pois a velocidade da energia é diferente da velocidade da água. No período de um segundo, por exemplo, enquanto a corrente elétrica pode percorrer milhares de quilômetros, a depender do diâmetro da tubulação a água avança alguns poucos metros.
Assim, no sistema de abastecimento de água, a recuperação é gradual e ocorre à medida que as redes e os reservatórios são recarregados com carga d’água. Como uma cidade pode ter milhares de quilômetros de rede, é preciso tempo para recarregar toda essa infraestrutura. Isso também varia conforme a localização do imóvel. Se ele está em áreas mais altas ou distantes, a normalização do abastecimento demora mais.
Geradores
E você deve estar se perguntando: por que não há geradores nas unidades de abastecimento de água? Em Goiás, como dito anteriormente, a Saneago é a maior cliente da concessionária de energia elétrica. Essa alta demanda torna o suprimento por geradores inviável. Para se ter uma ideia, nas captações de grandes cidades seriam necessárias dezenas de geradores de grande porte, consumindo energias não renováveis. Sem contar toda a logística de reabastecimento de diesel, manutenções, vigilância e tratamento de ruídos emitidos, o que também impactaria na fatura dos clientes.
De toda forma, a Companhia conta com equipes especializadas na gestão de energia elétrica, que trabalham focadas em aumentar a eficiência energética das unidades e contribuir para que, em situações de intermitências no fornecimento da eletricidade, sejam minimizados os impactos nos sistemas de abastecimento.
Para evitar que seu imóvel fique desabastecido, fica a dica: a caixa d’água bem dimensionada é a garantia para que, em caso de eventuais interrupções no abastecimento, como durante quedas de energia, você tenha uma reserva adequada e não passe por imprevistos. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a caixa d’água residencial deve suportar 24 horas de desabastecimento. O consumo médio de água em um imóvel residencial é de 150 litros de água por dia por pessoa; multiplicando a quantidade de pessoas que residem no imóvel por esse número, o resultado será o volume ideal, em litros, para a caixa d’água.
E lembre-se: para conferir os comunicados relacionados a qualquer tipo de intervenção no sistema de abastecimento de água, basta acessar o site www.saneago.com.br