Pesquisa aponta que 67% daqueles que apostam não confiam nas recomendações de influenciadores digitais

Ainda que o mercado de apostas no Brasil ainda não tenha regulamentação e com alguma frequência sofra abalos com escândalos, sendo o último envolvendo o “Jogo do Tigrinho”, um ponto merece uma discussão mais aprofundada: os influenciadores digitais que fazem publicidade para casas de apostas.

De acordo com pesquisa da Opinion Box, a pedido do Aposta Legal Brasil, 67% dos entrevistados não seguem influenciadores desse nicho e não confiam nas recomendações deles para casas de apostas.

Entre os entrevistados, apenas 21% disseram confiar nas indicações, com 34% se mantendo neutros.

Apesar disso, o estudo aponta que metade dos entrevistados que apostam escolheram a casa de apostas por indicação de influenciadores digitais. A pesquisa foi realizada com 516 consumidores de todo o Brasil.

Para Filipe Senna, sócio do Jantalia Advogados e mestre em Direito de Jogos com enfoque em jogos de fortuna on-line, a falta de credibilidade que atinge os influenciadores pode ser superada a partir de regras específicas de publicidade e de jogo responsável.

“Falta a eles [influencers] e a algumas campanhas de marketing específicas a adoção de políticas de jogo responsável e a definição clara da relação entre o jogador e a plataforma, além da vedação à divulgação do jogo como uma forma de lucratividade e ganho de capital. Daí a necessidade de uma campanha mais assertiva por políticas de jogo responsável, em que se define claramente ao público que essas modalidades são uma forma de entretenimento, e não de lucratividade para o jogador”, aponta. O especialista argumenta que a percepção do público vai melhorar com regras mais concisas, claras e rígidas sobre o jogo responsável, a partir da regulamentação do setor.

Sobre a aparente contradição que a pesquisa mostra – metade dos entrevistados que apostam escolheram a casa de apostas por indicação de influenciadores -, Senna diz que a base fiel desses influencers faz diferença. “Esses influenciadores ganham confiança também com outras campanhas de marketing de outros produtos e, muitas vezes, escolhem operadores mais consolidados e conformes às práticas de jogo responsável”, explica.

Ele também fala que os operadores divulgados pelos influenciadores têm critérios mais definidos sobre o jogo responsável, com uma publicidade concisa, honesta e transparente.

“Vale lembrar que a publicidade envolvendo influenciadores e apostas também deve ser regulamentada a partir dos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional. É interessante que operadores de apostas se utilizem mais de mecanismos de autorregulação aos elementos normativos não só brasileiros, mas internacionais também, em relação a essas campanhas de publicidade para melhorar a percepção do público e aumentar o sucesso do setor no país”, pontua.

Fonte:

Filipe Senna, sócio do Jantalia Advogados e mestre em Direito de Jogos com enfoque em jogos de fortuna on-line.

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