Boa parte dos alimentos do dia a dia como as frutas e as hortaliças têm agrotóxicos, sendo alguns acima do limite permitido

Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que 25% dos alimentos de origem vegetal consumidos no Brasil têm resíduos de agrotóxicos acima do permitido ou sem autorização.

Os agrotóxicos são nossos inimigos “invisíveis”, pois não são facilmente identificados nas cascas dos vegetais, por exemplo. Devido à sua composição, podem se acumular além das cascas, entrando no interior dos alimentos e nos tecidos dos seres vivos. Percorrem toda a cadeia alimentar, contaminando plantas, grãos e frutos que serão consumidos por animais e por nós, humanos.

Pensando nisso, os especialistas da foodtech Diferente – startup que entrega cesta de alimentos orgânicos fresquinhos na casa dos consumidores – a partir de um estudo da Anvisa, apresentam os vegetais campeões em resíduos de agrotóxicos. Confira a seguir:

E QUAIS SÃO OS ALIMENTOS CAMPEÕES EM RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS?

Pimentão, goiaba e cenoura lideram esse ranking do terror!

No último relatório da Anvisa, foram analisadas 4.616 amostras de 14 alimentos de origem vegetal: abacaxi, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura, chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva. Esses 14 alimentos representam 30% da dieta dos brasileiros.

Foram pesquisados até 270 agrotóxicos diferentes e encontrados seus resíduos em 51% das mais de 4,6 mil amostras avaliadas. Em 28% das amostras foram identificados resíduos com concentrações iguais ou inferiores ao permitido, e em 23% dos alimentos foram encontradas substâncias acima do limite permitido ou proibidas para a cultura analisada.

TOP 5 DOS MAIS CONTAMINADOS

PIMENTÃO É O CAMPEÃO!

O maior destaque aqui é para o elevado número de agrotóxicos não autorizados: 263 das 326 amostras analisadas, ou seja, 80% apresentavam resíduos de agrotóxicos não permitidos para a cultura do pimentão. Além disso, foram identificados 69 agrotóxicos dentre os 195 tipos pesquisados, e 79 amostras apresentaram resíduos acima do permitido.

GOIABA É A VICE-CAMPEÃ!

Aqui o destaque também é para a quantidade de agrotóxicos não autorizados para a cultura da goiaba. Das 283 amostras analisadas, 115 apresentavam resíduos de agrotóxicos não autorizados, ou seja, 40% da amostra. Também foram detectados 43 agrotóxicos dos 241 pesquisados, e 18 amostras apresentaram resíduos acima do permitido.

CENOURA OCUPA O TERCEIRO LUGAR, MAS QUASE FOI O SEGUNDO!

Como nos demais, tem agrotóxico não permitido sendo utilizado. Das 353 amostras analisadas, 139 apresentavam resíduos de agrotóxicos não autorizados para essa cultura. E foram detectados 30 agrotóxicos dentre os 153 pesquisados.

TOMATE

Foram 316 amostras analisadas e encontrados 45 agrotóxicos dentre os 151 pesquisados, sendo que 8 apresentaram resíduos acima do permitido e em 106 foram identificados resíduos de agrotóxico não autorizado para a cultura.

LARANJA

Podemos destacá-la por ser muito consumida pelos brasileiros. Das 382 amostras, 48 apresentavam agrotóxicos não autorizados e 5 amostras tinham resíduos acima do permitido.

PRA FECHAR, VAMOS FALAR DO AGROTÓXICO MAIS UTILIZADO

Foram pesquisados, no total, até 270 agrotóxicos diferentes. No geral, o agrotóxico mais encontrado foi o imidacloprido, que apareceu em 16% dos casos (713 das amostras analisadas). Ele é um inseticida derivado da nicotina com capacidade de se espalhar por todas as partes das plantas.

Ok, mas o que isso significa? Que descascar o alimento ou lavá-lo não é suficiente para retirar todos os resíduos. E o pior, ele é fatal para insetos polinizadores como as abelhas, que são as principais polinizadores da maioria dos ecossistemas do planeta e promovem a reprodução de diversas espécies de plantas”, afirma Eduardo Petrelli, cofundador da Diferente.

Consumir alimentos livres de agrotóxicos é uma das formas de preservar a nossa saúde e do nosso planeta.

Sobre a Diferente

A Diferente é a maior foodtech focada no acesso a alimentos saudáveis na América Latina. A startup entrega na casa dos clientes itens orgânicos e frescos até 40% mais baratos em relação aos preços praticados em mercados, ao mesmo tempo que combatem o desperdício alimentar. Isso porque parte das cestas são compostas também por alimentos que são perfeitos para consumo, porém considerados “diferentes” demais para irem às gôndolas dos supermercados. Além disso, utiliza inteligência artificial para criar a cesta perfeita a cada cliente, fator que otimiza toda a cadeia de suprimentos e gera economia direta ao usuário. Lançada no início de 2022, a foodtech já captou R$ 40 milhões e projeta forte expansão nacional nos próximos anos.

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