Do total de 684,7 mil produzidos no período, cerca de 90% são destinadas ao consumo cativo do setor de cloro-álcalis
De janeiro a agosto deste ano, a produção brasileira de cloro, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), que representa 98% das indústrias brasileiras do setor, foi de 684,7 mil toneladas, com redução de 1,7% frente ao apurado no mesmo período de 2022. Desse total, 621,7 mil toneladas foram absorvidas pelo consumo cativo (quando o cloro é utilizado pelo próprio setor para a produção de outros químicos) direcionado à produção de dicloreatano (DCE), ácido clorídrico e hipoclorito de sódio, o que aponta uma redução de 1,9%, no comparativo com o mesmo intervalo de meses no ano anterior. Além disso, 63,9 mil toneladas foram vendidas para setores como papel e celulose, químicas, petroquímicas e de tratamento de água.
Já a produção de soda cáustica, que é realizada em paralelo à do cloro, foi de 751,6 mil toneladas, um volume 1,6% menor que o registrado no mesmo período em 2022. Para este item, os dados revelam um cenário oposto ao do cloro, visto que o volume destinado à venda interna é notavelmente mais elevado que o do uso cativo. Dessa forma, 662,2 mil toneladas de soda cáustica tiveram como destino segmentos como papel e celulose, químico, revenda, sabão e detergentes, alumínio, siderurgia e alimentos e bebidas – o que revela uma leve alta de 1,8% frente ao apurado no mesmo período no ano que antecede. Em contrapartida, o uso cativo acumulado deste produto químico até agosto de 2023 representa apenas 86,2 mil toneladas, referentes à geração de hipoclorito de sódio e salmoura, entre outros.
Além disso, o setor de cloro-álcalis produz ácido clorídrico que, no acumulado até agosto deste ano, equivale a uma produção de 183,6 mil toneladas, dos quais 92,68% foram comercializados como indústrias de alimentos, papel e celulose, revendas e metalúrgicas, entre outros. Outro item relevante do setor é o hipoclorito de sódio, com um total de 50,9 toneladas produzidas nos primeiros oito meses do ano.
Capacidade instalada
A taxa de utilização da capacidade instalada acumulada no período de janeiro a agosto de 2023 foi de 71,8%. Em agosto, a taxa de utilização da capacidade instalada foi de 65,2%. O setor de cloro-álcalis consumiu 2.256 GWh de energia elétrica até agosto deste ano, isto é, 2,8% acima do mesmo período em 2022.
“O fraco desempenho do nosso setor reflete, por um lado, o fraco desempenho do setor de construção civil, que consome produtos que levam cloro na sua composição e foi pressionado por juros elevados e poucos lançamentos. Por outro lado, a indústria química em geral, que é uma grande consumidora de insumos produzidos pelo setor de cloro-álcalis, está sendo duramente afetada pelas importações de produtos”, afirma Milton Rego, Presidente Executivo da Abiclor.
Sobre o setor de cloro-álcalis
De acordo com a Abiclor, a cadeia de cloro-álcalis representa 1,1% do valor adicionado do PIB nacional. De 2017 a 2021, este setor recebeu R$ 3 bi de investimento privado das empresas produtoras e a expectativa é que o montante recebido de 2022 a 2025 seja um investimento total de R$ 5 bi.
Trata-se de um setor que gera impactos significativos em toda a indústria brasileira, afinal, os produtos cloro e soda são utilizados como insumos ou durante o processo produtivo de mais da metade dos produtos químicos disponíveis no mercado, além de serem indispensáveis para a fabricação de itens como medicamentos plásticos, espumas, pigmentos, remédios, defensivos agrícolas e muitos outros.
O setor de cloro-álcalis também produz elementos indispensáveis para saneamento básico de água e esgoto nas cidades e primordiais para as indústrias de celulose, alumínio e petróleo. A multiplicidade de áreas para as quais o setor fornece insumos evidencia que possui um alto poder de encadeamento: sua dinâmica está relacionada com o desempenho de toda a economia.
Sobre a Abiclor
A Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) representa o setor de cloro-álcalis, que é a indústria base de diversos produtos essenciais para a economia, além de estar diretamente ligada ao saneamento básico e à saúde pública do país. Com 38 associados, a Abiclor reúne algumas das principais plantas produtoras do Brasil, entre elas, Braskem, Chemtrade, Chlorum Solutions, Dow, Katrium e Unipar e também espelha outros elos da cadeia, como fornecedores de equipamentos, distribuidores e transportadores. A Abiclor atua para promover o avanço da indústria de cloro-álcalis em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU, com foco na segurança e respeito às pessoas e ao meio ambiente. Mais informações em https://www.abiclor.com.br/.