Ministério da Saúde aponta que mais de um milhão de pessoas vivem com o HIV no Brasil, em 2022, surgiram mais de 16 mil novos casos

Quando o assunto é o vírus da imunodeficiência humana (HIV), ainda existe o estigma de que portar o vírus é uma sentença, porém, segundo um estudo publicado em 2017 na revista científica The Lancet, iniciar o tratamento o mais cedo possível é imprescindível para a boa qualidade de vida das pessoas soropositivas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem um planejamento nomeado “90/90/90”, com o objetivo de testar e identificar 90% das pessoas HIV positivo, para alcançar que 90% dessas pessoas sejam tratadas, e destas 90% alcancem carga viral indetectável.

O HIV é um vírus que atinge o sistema imunológico, tornando a pessoa suscetível a diversas complicações de saúde. No Brasil, tanto o tratamento antirretroviral quanto o Profilaxia Pós-Exposição (PEP), medida de prevenção de urgência, estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, também existe a PrEP, a Profilaxia Pré-Exposição, que é um método essencial para a prevenção do HIV em grupos de risco.

“Os medicamentos antirretrovirais são responsáveis por diminuir o enfraquecimento do sistema imunológico e diminuir a carga viral do paciente. No decorrer do tratamento, o vírus se torna indetectável e praticamente intransmissível”, elucida Juliana Salles, infectologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Os pacientes que seguem o tratamento antirretroviral à risca e começam o mais cedo possível possuem uma qualidade de vida maior, podendo viver uma rotina saudável e ter uma expectativa de vida semelhante a de uma pessoa não infectada, de acordo com o UNAIDS, programa conjunto das Nações Unidas criado em 1996 para encabeçar a resposta global à epidemia de HIV/AIDS.

Medidas de prevenção para o HIV

A primeira forma de prevenção é detectar a infecção, como há a prevalência de assintomáticos e pessoas sabidamente positivas que se relacionam com outras pessoas sem contar sobre o diagnóstico, existem muitas pessoas infectadas que não procuram saber seu diagnóstico. 

Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de um milhão de pessoas vivem com o HIV no Brasil e, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, em 2022, mais de 16,7 mil novos casos da infecção pelo HIV foram registrados.

Além disso, o uso de proteção durante a relação íntima é uma medida importante, e uma das mais eficazes, para não disseminar o vírus. Porém, a especialista ressalta que a melhor forma de prevenção é a combinada.

“A prevenção combinada faz referência ao uso de mais de um método de prevenção, como a proteção durante a relação e a realização de testagens regularmente, por exemplo. A testagem é o que permite que os assintomáticos soropositivos descubram a condição e iniciem o tratamento”, comenta ela.

Quando se trata da PEP, essa é uma medida que é recomendada para pessoas que se expuseram ao vírus até 72 horas após o ocorrido e consiste em uma intervenção medicamentosa para que o paciente exposto possua menos chance de infecção pelo vírus HIV.

“O uso do PEP é feito por 28 dias ininterruptos para que haja efeito e é essencial para que o vírus não alcance o sistema imunológico. O tratamento possui efeitos adversos, mas não deve ser abandonado por isso. O ideal é ir ao médico novamente caso apresente os efeitos adversos para avaliar o uso do medicamento”, finaliza Salles.

Sobre a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 3 Unidades de hospital geral (Pompeia, Santana e Ipiranga) que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade, como Oncologia e Transplantes de Medula Óssea. Conta também com 1 Unidade especializada em Reabilitação e Cuidados Paliativos na Granja Viana.

Os hospitais gerais com atendimentos privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros. No Brasil desde 1922, a São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.

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