A Hemobrás deu mais uma demonstração da saúde financeira que tem marcado os resultados da empresa nos últimos anos. A estatal pagou R$ 80 milhões ao Tesouro Nacional, referentes aos dividendos gerados pelo lucro operacional de aproximadamente R$ 310 milhões alcançado no ano de 2023. A fatia destinada ao Governo federal, único acionista da indústria de medicamentos hemoderivados e recombinantes (fabricados através da biotecnologia), representa 25% do lucro obtido a partir da venda de medicamentos para o Ministério da Saúde, de receitas derivadas de operações financeiras e investimentos realizados pela empresa privada participante da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) firmada para a construção da nova planta inaugurada em abril deste ano.

A parcela do lucro não distribuído – cerca de R$ 230 milhões – será investida na conclusão de outras plantas do parque fabril localizado em Goiana, cidade da Zona da Mata Norte de Pernambuco. “Além de perseguir esse objetivo de promover a saúde das nossas finanças, destacamos o compromisso de garantir o efetivo cumprimento da nossa missão institucional, que é distribuir, de forma oportuna e com qualidade, os medicamentos hemoderivados e recombinantes aos usuários do SUS”, comentou a presidente da Hemobrás, Ana Paula Menezes.

É o segundo ano consecutivo que o Governo federal recebe dividendos da Hemobrás – o lucro de 2022 rendeu um repasse de R$ 35 milhões. “Desde 2016 a Hemobrás é uma empresa que apresenta lucro operacional. A empresa passou a distribuir dividendos nos últimos dois exercícios, já que nos anos anteriores os lucros obtidos foram destinados a absorção de prejuízos acumulados durante o início do fornecimento dos medicamentos ao Ministério da saúde, decorrentes da alta variação cambial ocorrida nos anos de 2014 e 2015”, explicou o gerente de Administração, Gustavo Simoni. 

Outro dado positivo é o crescimento no volume de investimentos realizados pela empresa em obras no parque fabril. Apenas de 2022 para 2023, o valor cresceu de R$ 44 milhões para R$ 195,5 milhões. Além da planta de medicamentos recombinantes, inaugurada em abril deste ano, a Hemobrás espera finalizar a fábrica de medicamentos hemoderivados ainda no primeiro semestre de 2025.

Desde o seu surgimento, a Hemobrás transformou-se em um player capaz de modificar os parâmetros praticados pelo mercado de medicamentos. Um bom exemplo foi o início da operação de fornecimento de medicamentos recombinantes ao SUS, quando a empresa conseguiu baixar o valor da UI (Unidade Internacional, medida utilizada para este tipo de medicamento) do Fator VIII (usado por pessoas com hemofilia A) de US$ 1,00 para aproximadamente R$ 1,00. Ainda há os ganhos intangíveis, como o investimento em ciência e tecnologia que coloca o Brasil em um seleto grupo de países produtores de hemoderivados e medicamentos biotecnológicos; a garantia da autossuficiência na produção desses medicamentos, algo estratégico para a defesa, já que promove a independência do Brasil em relação ao mercado externo, além do desenvolvimento econômico e social da região Nordeste.

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