A decisão do Copom (19/6) tem um significado muito importante e fundamental para as ambições do colegiado, tanto pela sua tecnicidade e independência, como pela correção das expectativas e credibilidade e compromisso ora reafirmados. 

A começar pela coerência e maturidade, o resultado unânime de 9×0, mantendo a taxa Selic em 10,50%, conforme defendido em meu comentário pré-Copom, mostrou-se responsável diante das condições inflacionarias e de seus riscos futuros, além de reorientações aos estragos recentes, apropriados nos excessos das expectativas, que agora serão corrigidos.

Correção essa que virá mais majoritariamente para 2025 do que para 2024. O Copom avalia que em seu cenário de referência a inflação para 2024 está em 4% e 2025 em 3,4%. 

Em cenário alternativo, em que a taxa Selic é mantida constante ao longo do horizonte relevante que inclui 2025 com maior observância, a inflação se mantém em 4% para 2024, mas se reduz a 3,1% para 2025, aproximando-se muito da meta. Ou seja, decisão com mérito, onde mercados corrigirão excessos para 2025, embora toda essa decisão aguarde uma política fiscal crível e comprometida, sem a qual os prêmios de risco continuarão sendo incorporados.

Ricardo Tadeu Martins, economista-chefe da Planner Investimentos

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