Campanha reforça a conscientização sobre a doença que tem mais chances de cura com o diagnóstico precoce
Mais de 39 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço são previstos para serem diagnosticados neste ano no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Deste número, cerca de 70% devem ser detectados já em fases avançadas, também de acordo com o Instituto.
O diagnóstico tardio da doença acontece, muitas vezes, pela falta de conscientização sobre os sinais e a gravidade deste tumor. Diante disso, campanhas como o Julho Verde, que alerta sobre as características do câncer de cabeça e pescoço, ganham destaque.
O câncer de cabeça e pescoço corresponde ao grupo de tumores de cavidade oral, seios paranasais, laringe, nariz ou garganta. De acordo com dados do Ministério da Saúde, os casos da doença correspondem a 3% de todos os tipos de câncer e os tumores que afetam a boca e a laringe são os mais comuns.
Assim como outros cânceres, o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura. Porém, além da falta de conscientização, outros fatores contribuem para o alto índice de diagnósticos de casos avançados, como explica a cirurgiã de cabeça e pescoço da Oncoclínicas Uberlândia, Dra. Christiane Botelho.
“Percebemos que o nível de conscientização sobre os sintomas e a gravidade do câncer de cabeça e pescoço ainda é baixo. Além disso, ainda lidamos com o acesso limitado a cuidados de saúde em determinadas regiões, atrasando o diagnóstico. E muitas vezes os sinais iniciais da neoplasia são confundidos com condições menos graves”, explica a especialista.
Sintomas do câncer de cabeça e pescoço
Os sintomas do câncer de cabeça e pescoço variam de acordo com a região afetada, podendo ser:
- Feridas na boca que não cicatrizam;
- Nódulo no pescoço que pode ser sentido ao apalpar;
- Rouquidão ou alteração na voz;
- Dor na garganta persistente;
- Tosse persistente;
- Dificuldade para engolir ou respirar;
- Dores no ouvido ou na cabeça.
“Os sinais do câncer de cabeça e pescoço são comuns em diversas outras doenças. Por isso é importante que qualquer sinal persistente seja avaliado por um especialista. Também é válido considerar a realização de consultas regulares com médicos e dentistas, que podem detectar sintomas precoces da doença, principalmente para fumantes e consumidores de álcool em excesso, que são populações de risco para este tipo de tumor”, destaca a Dra. Christiane Botelho.
Os hábitos de tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas somados, representam um risco 30 vezes maior de desenvolvimento do câncer de cabeça de pescoço em comparação com indivíduos que não tenham essas práticas, de acordo com o Inca. Além desses fatores, infecções por HPV e má higiene bucal também podem aumentar as chances do diagnóstico da doença.
Impactos do diagnóstico tardio
Estar atento aos sinais e fazer consultas periódicas com os profissionais de saúde ajuda na detecção precoce dos tumores de cabeça e pescoço, facilitando o caminho para superar a doença.
A cirurgiã explica também porque o diagnóstico tardio tem um impacto significativo no tratamento. “Os pacientes diagnosticados em estágios avançados têm um prognóstico pior e requerem tratamentos mais agressivos. A cirurgia é o procedimento mais comum para tratar os casos de câncer de cabeça e pescoço, e tumores mais avançados tornam o procedimento mais complexo e arriscado. Isso pode resultar em um pós-operatório mais difícil, com maior risco de complicações e necessidade de reabilitação extensa”, detalha a Dra. Christiane.
Cirurgia robótica no tratamento do câncer de cabeça e pescoço
A cirurgia robótica é uma evolução da cirurgia por vídeo em que o médico utiliza um sistema robótico, com visualização tridimensional e alta definição, para comandar pinças e reproduzir todos os movimentos de uma cirurgia aberta convencional. Essa tecnologia representa o que há de mais avançado no campo da cirurgia minimamente invasiva, e é uma alternativa para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço.
“Podemos utilizar a cirurgia robótica para o tratamento de vários tipos de tumores de cabeça e pescoço, principalmente em áreas de difícil acesso, como a orofaringe (que inclui amígdalas e a base da língua), laringe (na região supraglótica, acima das pregas vocais) e hipofaringe (áreas próximas à laringe e esôfago). Inclusive, este tipo de procedimento oferece várias vantagens para o paciente, como menor invasividade, recuperação mais ágil e melhores resultados funcionais”, ressalta a médica.
Como prevenir a doença?
Existem muitos fatores de risco evitáveis associados ao desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço. Diante disso, a doença pode ser prevenida com algumas estratégias, como:
Vacinação contra o vírus HPV: a infecção pelo HPV (papilomavírus humano) tem contribuído com o aumento da incidência do câncer de cabeça e pescoço nos últimos anos. Para combater este vírus e, consequentemente, prevenir do tumor, é possível se vacinar. O imunizante está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacina combate quatro tipos do vírus (6, 8, 16 e 18), sendo que os dois últimos são os mais relacionados a diversos tipos de câncer.
Evitar o tabagismo: a grande maioria dos casos de câncer de boca, garganta e laringe (em torno de 90%) estão ligados ao hábito de fumar, de acordo com o Inca. Portanto, evitar o consumo do cigarro ou qualquer derivado, como cachimbo, charuto e narguilé, é a melhor estratégia para evitar o câncer de cabeça e pescoço.
Não consumir bebidas alcoólicas em excesso: junto com o tabagismo, o álcool em excesso é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço. Evitar o consumo da substância é o caminho para diminuir as chances de desenvolvimento do tumor.
Ter uma boa higiene bucal: além dos cuidados diários para a higienização da boca, também é importante visitar o dentista regularmente para garantir uma boa saúde bucal.
Sobre a Oncoclínicas&Co
A Oncoclínicas&Co. – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 145 unidades em 39 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando aproximadamente 635 mil tratamentos nos últimos 12 meses. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional. Além disso, a Oncoclínicas passou a integrar a carteira do IDIVERSA, índice recém lançado pela B3, a bolsa de valores do Brasil, que destaca o desempenho de empresas comprometidas com a diversidade de gênero e raça.