Especialista do Hospital Mackenzie alerta para maior incidência de doenças de pele no inverno

Com a chegada dos meses mais frios, cresce a incidência de dermatoses, especialmente aquelas associadas ao ressecamento da pele, como a dermatite atópica e dermatite asteatósica. Além disso, há um aumento significativo de casos de dermatite seborreica, popularmente conhecida como caspa – quando a ocorrência é no couro cabeludo.

De acordo com a dermatologista Paula Rodrigues, do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), além do couro cabeludo, a dermatite seborreica pode atingir outras áreas do rosto, como a região da barba e das sobrancelhas. “Aparece na forma de descamação e vermelhidão, algo que chama a atenção das pessoas e causa incômodo no portador”, salienta a especialista.

Alguns gatilhos podem desencadear crises da dermatite seborreica, como as variações extremas de temperatura. “Ir do muito frio ao muito quente, algo comum no inverno, pois com as baixas temperaturas em ambiente externo, acabamos aumentando a exposição a aquecedores, além de usar chuveiro muito quente em banhos prolongados. São fatores agravantes dessa condição”, destaca dra. Paula.

Foi o que aconteceu com a empresária Thais de Lima, 37 anos, que nunca havia sofrido com a caspa, mas nesse inverno foi surpreendida com os incômodos pontinhos brancos na roupa escura. “Foi um susto quando eu vi, porque nunca tinha acontecido comigo. Passei a reduzir a temperatura do banho e felizmente o problema desapareceu rapidamente”, conta.

Porém nem todo mundo consegue resolver o problema facilmente, por isso é fundamental a consulta com um dermatologista nos casos em que a descamação persiste. “Existem várias opções de tratamentos, mas elas variam de paciente para paciente. Por isso, a necessidade de consultar um especialista, recomenda a dermatologista do HUEM.

Paula Rodrigues destaca que apesar do impacto estético negativo, a dermatite seborreica não apresenta sintomas associados, tampouco manifesta complicações de maior gravidade. “Não há risco de acarretar um agravamento do quadro, é mais esse desconforto visual, que as pessoas acabam reparando”, afirma.

Atópica
Diferente é o caso da dermatite atópica, uma condição hereditária e bastante sintomática. Causa muita coceira, podendo machucar e infeccionar, levando a consequências mais graves dependendo da intensidade. “A pele que já tem a tendência de ser mais ressecada, em determinadas áreas do corpo, principalmente áreas de dobras, começa a apresentar vermelhidão, descamação e coceira”, explica a supervisora do Ambulatório de dermatologia do HUEM, dra. Michele Tokarski. “Nesses casos, o banho quente também é um vilão, pois contribui para o agravamento do quadro, assim como a falta de hidratação”, completa.

A dermatite atópica pode ocorrer em qualquer faixa etária, contudo é mais comum em pacientes jovens, inclusive crianças. A especialista alerta que “assim que o paciente perceber alguma lesão de pele ou sentir algum incômodo associado, é importante buscar ajuda médica para que as melhores medidas sejam tomadas, visando diminuir o desconforto e as lesões”.

A hidratação diária é um dos pilares do tratamento da dermatite atópica. “Uma boa hidratação ajuda muito, especialmente após o banho”, salienta dra. Michele.

Asteatósica
A dermatite asteatósica não é hereditária como a dermatite atópica, mas apresenta sintomas semelhantes e também são agravados no inverno. Tem maior incidência nas pessoas idosas, que com o passar dos anos perdem líquido e possuem a pele mais ressecada.

Para combater todas as dermatoses de inverno, a dra. Michele Tokarski enfatiza a importância das consultas. “Os diagnósticos não costumam precisar de exames complementares. O olho clínico do especialista é fundamental”, conclui.

Em tempos de frio, cuidar da pele e estar atento aos sinais que ela apresenta pode fazer toda a diferença no conforto e bem-estar.

Sobre o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie
O Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) é um hospital de caráter filantrópico, localizado em Curitiba. Sob a gestão do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) desde 2019, conta com quase 500 leitos e atende todas as linhas de cuidado com mais de 90% dos atendimentos destinados ao SUS. Referência no atendimento a pacientes queimados e em gestações de alto risco, o hospital integra o campo de estágios da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (Fempar).

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