*Artigo de Isabela Pinheiro – oncologista clínica do Grupo SOnHe
Uma das perguntas mais comuns no consultório de oncologia é sobre o câncer nos ossos. É importante destacar que câncer ósseo é diferente de câncer nos ossos. O câncer ósseo ocorre quando o câncer se origina diretamente no osso. Exemplos incluem osteossarcoma, condrossarcoma e sarcoma de Ewing.
Já a metástase óssea, ocorre quando células cancerígenas de um tumor primário em outra parte do corpo (como mama, pulmão ou próstata) se espalham para os ossos. Aqui, o osso não é o local de origem do câncer, mas, sim, um local para onde o câncer se espalhou.
Aproveitaremos o mês de conscientização do câncer ósseo, com a campanha julho amarelo, para esclarecermos mais sobre o assunto.
O câncer ósseo primário é relativamente raro no Brasil, como em outras partes do mundo, representando menos de 1% de todos os tipos de câncer. Os tipos mais comuns de câncer ósseo primário incluem:
- Osteossarcoma: é o tipo mais frequente de câncer ósseo primário, geralmente afetando adolescentes e jovens adultos. É frequente nos ossos longos, como os ossos das pernas e braços.
- Condrossarcoma: comumente encontrado em adultos, este câncer se origina nas células cartilaginosas e pode ter evolução mais indolente.
- Sarcoma de Ewing: afeta, predominantemente, crianças, adolescentes e adultos jovens. Pode ocorrer em qualquer osso, mas é mais comum na pelve, costelas e ossos das pernas.
Como se dá o diagnóstico e tratamento no Brasil?
– O diagnóstico do câncer ósseo geralmente envolve exames de imagem, como radiografias, tomografias computadorizadas (TC) e ressonâncias magnéticas (RM), além de biópsias para confirmação histológica.
– O tratamento pode incluir cirurgia para remover o tumor, quimioterapia e radioterapia. A escolha do tratamento depende do tipo, localização e estágio do câncer, bem como da saúde geral do paciente.
Desafios do tratamento do câncer ósseo
– Acesso ao tratamento especializado e às tecnologias avançadas pode ser limitado em algumas regiões, especialmente nas áreas mais remotas do país e no serviço público.
– A conscientização sobre os sintomas e a importância do diagnóstico precoce também é um desafio, o que pode atrasar o início do tratamento.
A conscientização sobre o câncer ósseo no Brasil envolve esforços contínuos de profissionais de saúde, pesquisadores, além de políticas públicas para melhorar a detecção precoce e o acesso a tratamentos de alta qualidade, assim como a desmistificação e a informação para toda população.
* Isabela Pinheiro é formada em Medicina e Residência em Clínica Médica pela Universidade de São Francisco – Bragança Paulista e em Oncologia Clínica pelo Hospital da PUC-Campinas. Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC). Atua com o Grupo SOnHe no Centro de Oncologia Vera Cruz, na Oncologia do Hospital Santa Tereza e na Oncologia do Hospital PUC-Campinas.
Sobre o Grupo SOnHe
O Grupo SOnHe – Oncologia e Hematologia nasceu em 29 de maio de 2017 e é formado por oncologistas e hematologistas que fazem atendimento oncológico alinhado às recentes descobertas da ciência, com tratamento integral, humanizado e multidisciplinar em importantes centros de tratamento de câncer em Campinas, como o Hospital Santa Tereza, Oncologia Vera Cruz e Hospital PUC-Campinas. O Grupo oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado por 15 especialistas sendo três deles com doutorado e três com mestrado. Fazem parte do grupo os oncologistas André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinícius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Rafael Luís, Susana Ramalho, Leonardo Roberto da Silva, Higor Mantovani, Débora Curi, Isabela Pinheiro, Amanda Negrini, Laís Feres e Nayara Nardini e pelas hematologistas Lorena Bedotti e Jamille Cunha. Saiba mais: no portal www.sonhe.med.br e nas redes sociais.