Cientista Izabelle Gindri ressalta a importância do diagnóstico precoce

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde há anos a ciência tem estudado as possíveis causas da endometriose, uma doença que afeta até 10% das mulheres em idade fértil em todo o mundo.  Estudos realizados nos últimos anos trouxeram dados relevantes sobre a origem da doença, relacionando o hormônio testosterona ao desenvolvimento da endometriose. A endometriose é uma doença inflamatória causada pela presença de endométrio tópico (tecido dentro do útero) localizado fora da cavidade uterina, que pode ser na pelve ou até mesmo extra pélvico. A doença causa ainda alterações na anatomia da pelve e distúrbio na ovulação e é um dos principais fatores de infertilidade feminina. O tratamento varia de acordo com o quadro clínico de cada paciente.

Segundo pesquisas científicas, as mulheres com a doença se desenvolveram em condições de testosterona relativamente baixa durante o período fetal em comparação com aquelas que não apresentam endometriose. Os pesquisadores consideram que o baixo nível do hormônio reflete diretamente no sistema reprodutivo das mulheres, que passa a manifestar os sinais da endometriose, como menarca precoce, ciclos menstruais curtos, alta sensibilidade à dor, inflamação e alteração dos hormônios da ovulação e ciclo menstrual.

“Devido a estudos realizados nos últimos anos é possível diagnosticar precocemente a doença, o que contribuirá para novas possibilidades de tratamento. Ou seja, o avanço das pesquisas possibilita que o diagnóstico de endometriose e o tratamento hormonal ou medicamentoso sejam cada vez mais precoces”, explica a doutora em Engenharia Biomédica Izabelle Gindri, cientista, farmacêutica e cofundadora e CEO da bio meds Brasil, fabricante de implantes absorvíveis para tratamentos de reposição hormonal.

Quando falamos em reposição de testosterona, trata-se de uma terapia para resolver os baixos níveis de testosterona e outros hormônios que possam estar com deficiência no organismo. A reposição hormonal visa equilibrar os níveis de hormônios. Muito se tem falado sobre a terapia hormonal com implantes subcutâneos, que são aplicados sob a pele da paciente. A forma de reposição via implantes subcutâneos tem se demonstrado eficaz e segura, sendo utilizada há mais de 50 anos nos Estados Unidos e Europa.

Por meio da via de aplicação característica dos implantes subcutâneos, as substâncias são liberadas na corrente sanguínea de forma gradual e controlada desde o momento da implantação, podendo manter a terapia de reposição continuamente de 3 e 6 meses sem nenhuma intervenção médica adicional. Dessa forma, os níveis hormonais podem ser mantidos dentro dos limites fisiológicos, sem a variação da dose que ocorre quando se tem que aplicar a substância de forma recorrente todos os dias ou semanalmente.

A aplicação dos implantes subcutâneos é um procedimento ambulatorial feito por profissionais médicos treinados e capacitados para uma implantação segura. Após a aplicação, não é necessário realizar a remoção dos implantes, pois eles são completamente absorvidos pelo organismo.

Como medir os níveis de testosterona em mulheres

A testosterona é medida com um exame de sangue, mas vale ressaltar que diferentes elementos podem interferir na sua dosagem, como horário da coleta, coleta após a refeição e a concomitância de doenças, como diabetes, que podem causar um desequilíbrio hormonal.

Também é importante destacar que, na mulher, não há consenso a respeito dos valores considerados normais para a dosagem de testosterona. Portanto, a dosagem deve ser cuidadosamente interpretada pelo médico a partir do contexto clínico da paciente.

“Para manter o equilíbrio hormonal de testosterona na mulher alguns aspectos naturais também são importantes, como a inclusão na alimentação diária de alguns nutrientes que estão envolvidos na produção desse hormônio no organismo. Assim, é recomendado consumir alimentos ricos em zinco, ômega 3, vitamina A e D, como nozes, sementes de girassol, ovos, cenoura, por exemplo. Além disso, é importante evitar o excesso de alimentos ricos em açúcar, assim como a soja e seus derivados, pois podem interferir na produção de testosterona. Também é importante evitar o estresse e dedicar tempo ao relaxamento e à prática regular de atividades físicas”, conclui a cientista Izabelle Gindri.

 

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