Queijos com inspiração em receitas suíças produzidos em Corumbá de Goiás conquistam reconhecimento nos principais concursos nacionais e internacionais
O cenário de produção artesanal de queijo em Goiás ganha novos contornos com a conquista do Selo Arte e de Queijo Artesanal pelas queijarias regionais. Habilitação concedida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e inspecionada pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o reconhecimento de um produto artesanal pelo Selo Arte vai além das garantias de qualidade, originalidade e regionalidade daquela receita, como também abre as portas para sua comercialização em todo o território nacional.
Hoje, estão devidamente homologadas na Agrodefesa, e acompanhadas periodicamente, cerca de 12 queijarias artesanais goianas, dedicadas a produzir receitas originais de forma artesanal de queijos que estão ganhando os paladares mais exigentes pelo país afora. Conheça a seguir um pouco da história de algumas dessas queijarias que têm contribuído com boas práticas agropecuárias e de fabricação artesanal; e alçado o nome de Goiás a patamares mais elevados quando o assunto é queijo.
Conheça a seguir o trabalho desenvolvido pela Queijaria Alpina
Na década de 80, o suíço Stephan Gaehwiler desembarcou no Brasil para trabalhar com pecuária de corte. O clima, a extensão territorial e as oportunidades presentes na nova terra o encantaram a tal ponto que ele economizou uma década para comprar a sua propriedade no interior de Goiás, onde hoje, ele e sua família, dedicam-se à pecuária leiteira.
Como mandava a tradição suíça, Stephan optou por desenvolver um produto com maior valor agregado. Foi assim que em plena serra goiana da histórica Corumbá de Goiás foi criada a Queijaria Alpina. Foi preciso vencer as barreiras linguísticas para que o produtor suíço conseguisse buscar junto à Agrodefesa as orientações necessárias para ampliar a comercialização do seu produto, levando-o para todo território nacional. Na época, ainda não havia sido lançado o selo Arte. Então, a opção mais certeira foi adotar o selo do Serviço de Inspeção Brasileiro (SISBI-POA), concedido pela Agência Goiana.
Hoje, o rebanho de gado pardo suíço da Queijaria Alpina produz em torno de 300 litros por dia, em período de chuva, quando o pasto é mais abundante, caindo para 200 litros diários em período de estiagem. A criação de gado na propriedade não inclui a silagem como alimento complementar para o gado em época de seca.
A preocupação com a qualidade da alimentação dos animais faz com que o produtor invista em produzir o próprio feno e a plantar cana-de-açúcar durante o período de chuva, para servir de alimentação fresca na época da estiagem. “Diariamente moemos a cana para dar às vacas como complemento do volumoso da alimentação”, explica Clara Gaehwiler, filha de Stephan.
Mensalmente são produzidos 500 quilos de dois tipos de queijo: raclete e o queijo Stephan, que é um queijo tipo sbrintz com um ano de maturação. Inclusive, o queijo que leva o nome do seu produtor tem conquistado reconhecimento nacional e internacional. No último ano, ele foi um dos 22 queijos brasileiros premiados em concurso na Noruega, concorrendo com outros três mil queijos de todo o mundo.