Estudos fazem ligação com as duas doenças e especialista explica sobre a prevenção de ambas
Estudo publicado na revista científica Alzheimer’s Research & Therapy, em outubro de 2023, sugeriu que o estresse crônico pode ser um fator responsável por aumentar o risco de Alzheimer e que essas chances dobram quando o paciente tem um diagnóstico prévio de estresse. Por sua vez, em pacientes com estresse crônico e depressão, o risco de Alzheimer foi até quatro vezes maior. Dados que merecem atenção no Dia Mundial da Doença de Alzheimer, em 21 de setembro, e no Dia de Combate ao Estresse, no dia 23 seguinte.
Pesquisa anterior, publicada no Journal of the American Medical Association (Jama), aponta que adultos que vivem sob maior tensão têm mais chances de experimentar declínio mental e perda de memória na velhice. Esse novo estudo se destaca por ser um dos poucos a avaliar um número considerável de pacientes, uma vez que os autores acompanharam quase 25 mil voluntários com mais de 45 anos ao longo de quatro anos. No final, aqueles que tinham maior pontuação nos níveis de tensão desempenhavam pior resultado nos testes de memória.
O neurologista José Guilherme Schwam Júnior, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, comenta essa ligação entre os problemas. “Alguns estudos mostram que o estresse prolongado aumenta os níveis de cortisol e podem contribuir para a diminuição da espessura de parte importante do cérebro, a substância cinzenta, levando ao risco de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Além disso, o estresse aumenta o risco cardiovascular, outro fator importante que é a causa de doenças neurológicas”.
Prevenções
Nos dias de hoje, algo que parece intrínseco na sociedade é o estresse, o médico orienta sobre como lidar com isso. “Depende muito de sua reação e seu estado emocional frente aos desafios da vida. Se importar menos com opinião alheia, valorizar menos as redes sociais e mais o convívio pessoal, além de praticar exercício físico pode ajudar bastante a diminuir ou minimizar os efeitos do estresse. Dormir ao menos 7 a 8 horas por noite também é fundamental. Quem dorme menos ou dorme mal tem maiores chances de estresse”.
José Guilherme Schwam Júnior também dá dicas para prevenção da outra doença. “Na verdade a gente consegue diminuir os fatores de risco para causar demência de Alzheimer, que são uma alimentação mais saudável, com menos carboidrato, menos fritura, menos gordura, menos açúcares e mais comidas frescas, como frutas e verduras orgânicas, azeite extra virgem, castanha e mais peixes como atum, sardinha e salmão. Pelo menos três horas de exercício físico durante a semana, o ideal seria combinar aeróbico com peso, academia, por exemplo. Uma boa noite de sono e controlar outros fatores de risco, como hipertensão, diabetes, aumento de colesterol. Além de estímulos cognitivos, leitura de livros, realização de jogos de dominó, baralho, quebra-cabeça, palavras cruzadas, aprender uma nova língua, um novo instrumento musical, um novo curso, uma pós-graduação, tudo isso ajuda a diminuir ou a minimizar os riscos de desenvolver a demência de Alzheimer”.
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