por: Diogo Chamun diretor de políticas legislativas da FENACON
O mercado contábil no Brasil vem sofrendo constantes alterações, com a maior qualificação dos profissionais e principalmente devido à necessidade das empresas em ter informações como ferramenta fundamental de gestão. A evolução da tecnologia também tem participação fundamental nessa mudança, já que, se antes a maioria da rotina era lançar e gerar as guias, agora a digitação some e as organizações contábeis precisam se adequar com uma postura mais ativa e reestruturando seus quadros de colaboradores basicamente com assessores e consultores. Além disso, se tornam necessários outros serviços relacionados a área contábil, que vão agregar valor para o cliente, como: jurídico, consultoria, financeiro e RH.
Recente pesquisa realizada pela startup HubCount em parceria com a Linx e o Portal Contábeis aponta importantes expectativas do mercado contábil no Brasil. A maioria dos contadores entrevistados tem seu principal foco nos MEIs, micro e pequenas empresas. Respondida por mais de 700 escritórios, e na sua grande maioria por integrantes de cargos de gestão (70%), a pesquisa revela a intenção de crescimento das empresas contábeis.
Em relação às metas de crescimento, cerca da metade dos escritórios estima um crescimento mais modesto de 15% em um ano. Para 32% dos entrevistados a expectativa de crescimento é de 15% a 30%. Já 18% esperam chegar ao final de doze meses com crescimento superior a 30% na sua carteira de clientes.
Esse otimismo, demonstrado pela intenção de crescimento, é explicado pela constante evolução da profissão e também pelo reconhecimento por parte dos empresários. O contador, que ao longo dos anos tem sido parceiro de pequenos, médios e grandes empreendimentos, hoje tem desafios ainda maiores. Mais recentemente a classe contábil tem atuado muito forte no debate sobre a reforma tributária, que tem dominado os noticiários no país.
Sobre a reforma tributária, sua implantação e acompanhamento trarão impactantes mudanças no mercado contábil. A obrigação das empresas do Simples Nacional em optar por aderir ou não ao novo modelo, a longa transição, bem como a necessidade de todas as empresas terem que mapear seus fornecedores em função do regime não cumulativo, obrigarão as assessorias contábeis analisarem individualmente seus clientes, num verdadeiro serviço de “alfaiate”, pois cada um possui características próprias.
Diante desse cenário, as organizações contábeis precisam se qualificar para atender essas novas demandas. A posição mais estratégica na assessoria aos clientes, traz consigo o reconhecimento e a valorização. E não podemos tirar do radar a reforma tributária, que impactará fortemente no futuro das empresas e o contador tem o papel central para amenizar as consequências. Sabemos da dificuldade para adaptar as mudanças e de conseguir transformar o nosso esforço em valorização, mas é nas dificuldades que surgem as oportunidades. O segmento contábil vive um momento ímpar e deve ser aproveitado.