Tratamentos integrativos e holísticos, além de bons hábitos, são fundamentais para mitigar os efeitos que a montanha russa hormonal tem sobre muitas mulheres

A medicina integrativa, que combina tratamentos convencionais e práticas complementares, tem ganhado relevância no tratamento da menopausa e perimenopausa. Essa fase, caracterizada pela interrupção da menstruação e a queda dos níveis hormonais femininos, traz uma série de sintomas como ondas de calor, insônia, ansiedade e mudanças no humor. Práticas integrativas como a acupuntura, yoga, fitoterapia e meditação têm mostrado resultados promissores no alívio desses sintomas, ajudando a melhorar a qualidade de vida das mulheres nessa transição. Além de diminuir os desconfortos físicos, essas abordagens também oferecem suporte emocional e mental, aspectos cruciais para a saúde integral da mulher.

Pesquisas brasileiras apontam que cerca de 30 milhões de mulheres estão em fase de menopausa no país, e aproximadamente 75% delas sofrem com os sintomas, sendo as ondas de calor o mais comum. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Climatério (SOBRAC) destaca que a abordagem multidisciplinar, que inclui práticas integrativas, pode reduzir em até 60% a intensidade dos sintomas mais severos. A fitoterapia, por exemplo, com o uso de plantas como a Cimicifuga (Actea racemosa) e o trevo vermelho (Trifolium pratense), tem mostrado benefícios na redução dos fogachos e no equilíbrio hormonal. Outras práticas como a meditação, a acupuntura e a prática constante e regular de exercício físico podem ser associadas ao tratamento convencional (como a terapia hormonal, quando assim indicado) trazendo resultados muito mais expressivos e profundos.

Para a médica integrativa Dra. Helena Campiglia, autora do livro “Medicina Integrativa & Saúde da Mulher”, além dos benefícios físicos, a medicina integrativa ajuda a abordar a menopausa de forma holística. “Pesquisas apontam que mulheres que praticam yoga regularmente apresentam redução significativa nos níveis de estresse e ansiedade durante a perimenopausa”. Em um estudo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), mulheres que integraram técnicas como meditação e mindfulness aos tratamentos convencionais relataram uma melhora de até 40% na qualidade do sono e no humor. “Esses dados reforçam a importância de uma abordagem ampla e personalizada para tratar a menopausa, considerando o bem-estar físico, mental e emocional”, complementa Dra. Helena.

“A medicina integrativa tem ganhado destaque ao proporcionar uma abordagem mais ampla nos cuidados com a saúde da mulher. Ao unir práticas convencionais e complementares, essa modalidade tem como foco tratar a mulher de maneira integral, considerando não apenas os sintomas físicos, mas também aspectos emocionais, mentais e espirituais”, explica Dra. Helena que, além de médica clínica geral formada pela USP, é professora convidada na Universidade McMaster, em Toronto e professora-mentora em Medicina Integrativa pela Universidade do Arizona.

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