Nos últimos dez anos, os casos da infecção cresceram no país; sífilis possui quatro estágios e pode ser assintomática
Nos últimos anos, o Brasil vem registrando um aumento no número de casos de sífilis. De 2012 a 2022 foram notificados 1.273.027 casos de sífilis adquirida, 537.401 casos de sífilis em gestantes e 238.387 casos de sífilis congênita, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, do Ministério da Saúde. No terceiro sábado do mês de outubro (19) é celebrado o Dia Nacional de Combate à Sífilis e a Sífilis Congênita, uma data para lembrar a população da prevenção e enfatizar a necessidade do diagnóstico precoce.
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode apresentar diferentes manifestações clínicas e é dividida em quatro principais estágios, sendo que a sífilis primária é quando há o surgimento de uma úlcera indolor (cancro) no local de infecção; a sífilis secundária ocorre semanas após a infecção inicial e com sintomas como manchas pelo corpo, febre e dor de cabeça; a sífilis latente é quando não há sintomas visíveis, mas a bactéria permanece no corpo e pode ser detectada por exames de sangue e a sífilis terciária, que, se não tratada, pode ocorrer anos após a infecção inicial, causando complicações graves como lesões em órgãos como cérebro, coração e ossos.
Segundo a Dra. Camila Lopes Ahrens, infectologista do Hospital Angelina Caron, a sífilis congênita, que é quando há a transmissão da mãe para o bebê, pode levar a sérias complicações. “O contágio vertical pode causar casos de aborto espontâneo, parto prematuro, nascimento de bebê com baixo peso, malformações congênitas, surdez, cegueira ou problemas neurológicos no bebê. Por isso, o diagnóstico e tratamento precoces durante a gravidez são essenciais para prevenir essas complicações”, afirma.
Contágio e principais sintomas
Apesar da sífilis ser uma IST e o seu contágio ocorrer, principalmente, por meio do contato sexual sem proteção com uma pessoa infectada, a contaminação também pode ser feita por meio do contato direto com feridas sifiliticas e na transmissão vertical, que ocorre durante a gravidez e é passada da mãe para o feto.
Já os sintomas variam de acordo com o estágio que a infecção está, explica a infectologista. “A fase primária conta com o aparecimento de úlceras indolores no local da infecção; na secundária os sintomas são as manchas pelo corpo, febre, dor de cabeça, cansaço e aumento de linfonodos; a latente é assintomática e a terciária, o estágio mais grave, as lesões podem ser nos órgãos, pode causar neurossífilis (condição neurológica causada pela infecção) e problemas cardíacos”, destaca a Dra. Camila.
Apesar da grande maioria dos casos serem sintomáticos e demonstrarem feridas ou lesões, os casos assintomáticos existem e necessitam de diagnóstico. Segundo a Dra. Camila, o aumento do número de casos pode ser atribuído a alguns fatores, como uma maior oferta de testes com a à ampliação do acesso a serviços de saúde, mas também por conta de falhas no uso de preservativos e da redução da prevenção e de campanhas de conscientização.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da sífilis é feito por meio de exames, geralmente solicitados após sintomas e averiguação clínica. Os testes mais comuns são o teste treponêmico (FTA-ABS) e o não-treponêmico (VDRL ou RPR). O VDRL é o único teste de floculação que pode ser utilizado para a pesquisa de anticorpos no líquor, uma amostra fundamental para a identificação da sífilis congênita ou da neurossífilis. Neste caso, o resultado positivo pode significar que a pessoa já entrou em contato com a infecção.
Para o teste VDRL ser realizado, diversos itens de laboratório são necessários, entre eles agitadores do tipo Kline, placas de Kline, micropipetas, ponteiras, entre outros. Além dos materiais utilizados na coleta, como torniquetes, agulhas, escalpes, seringas, tubos de coleta, curativos e caixa para descarte. Todas essas soluções são oferecidas pela FirstLab, referência na fabricação de produtos para análises clínicas e que proporciona segurança e bem-estar na coleta e na análise. “O diagnóstico precoce auxilia na efetividade do tratamento e diminui os riscos ocasionados por estágios da doença. A qualidade dos materiais utilizados afeta diretamente a execução e avaliação dos resultados, por isso a FirstLab investe em processos rígidos de controles internos e externos de qualidade e técnica de seus materiais”, ressalta Vitória Repula, assessora científica da FirstLab.
Os testes, como o VDRL, devem ser solicitados para pessoas com vida sexual ativa, em caso de sintomas suspeitos e em todas as gestantes durante o pré-natal, no primeiro e terceiro trimestres. Em casos positivos, o tratamento é feito com o uso de antibióticos, administrados via oral ou intravenosa e com dose a depender do estágio da infecção. O diagnóstico precoce da infecção evita que os sintomas aumentem ou apareçam, além de prevenir que quadros mais graves surjam.
“Na sífilis primária, secundária ou latente precoce, é administrada uma única dose de penicilina benzatina, mas nos casos de sífilis latente tardia terciária ou são necessárias três doses em semanas consecutivas. É importante que parceiros sexuais também sejam tratados para evitar reinfecção”, explica a Dra. Camila. Em casos mais graves, como em estágios avançados ou condições de neurossífilis, o tratamento é feito por via intravenosa de penicilina cristalina, geralmente por 14 dias. Em outros casos, pode ainda ser usada a ceftriaxona como alternativa.
Sobre a FirstLab
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