Trabalho de organização social acolhe e orienta famílias com histórico de diabetes em regiões remotas do país

 

Roda de conversa sobre alimentação saudável com moradores de Cavalcante–GO.

Créditos: Divulgação SAS Brasil 

 

Durante o mês de novembro é comum ver as fitinhas azuis espalhadas pelas redes digitais e até mesmo estabelecimentos. O que poucas pessoas sabem é que para além da conscientização sobre o câncer de próstata, o Novembro Azul também é o mês escolhido para a campanha de conscientização do diabetes, doença que no Brasil afeta 16,8 milhões de adultos (20 a 79 anos), indica a Federação Internacional de Diabetes.

Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a campanha é representada pela cor principal da ONU (azul), referenciando que o diabetes está presente em todo o mundo. Desde 2006, o dia 14 de novembro é considerado o Dia Mundial do Diabetes (Sociedade Brasileira de Diabetes).

Neste período, a promoção de diagnóstico, acolhimento e instrução sobre a prevenção da diabetes é ainda maior. Contudo, para algumas regiões remotas do país, a oferta de assistência e até a detecção da doença são escassas. Longe dos grandes centros e ausente de médicos especializados, muitas famílias são induzidas a realizar grandes deslocamentos em busca de saúde ou a permanecer desassistidas.

Em resposta às desigualdades, uma linha de cuidado em diabetes tem sido implementada em comunidades interioranas do Brasil desde 2022. O VIAS, como é conhecido, acolhe e orienta moradores de Cavalcante (Goiás), Santo Amaro (Maranhão), Cruz, Itarema e Acaraú (Ceará) gratuitamente.

 

Atendimento com especialista em diabetes através do VIAS.

Créditos: Divulgação SAS Brasil

 

Através de containers adaptados com consultório médico de ponta, intitulados Unidades de Telemedicina Avançada (UTA), uma equipe multi e interprofissional, com endocrinologistas, nutricionistas, oftalmologistas e enfermeiros especialistas em diabetes da organização social SAS Brasil proporcionam consultas de rotina, ativações de educação em saúde e avaliações anuais para a população.

O rastreio da doença no núcleo familiar começa pelo Findrisc, um questionário que identifica o risco de desenvolver a diabetes nos próximos 10 anos. Em casos de alerta de nível moderado a alto risco, a SAS Brasil viabiliza aos pacientes o exame capaz de aferir a média de glicemia no sangue nos últimos 3 meses (hemoglobina glicada), além de rodas de conversa sobre alimentação, cuidado e bem-estar na doença.

Em um ano de atuação, o VIAS garantiu atendimento para mais de 3 mil pessoas; destas, 80% nunca haviam realizado o exame de fundo de olho, avaliação crucial para evitar a perda de visão decorrente da retinopatia diabética. No mesmo público, 33% das pessoas chegaram a apresentar algum grau de insegurança alimentar.

“Cada paciente apresenta uma realidade social diferente, entendendo isso, o papel desenvolvido nessas regiões é fundamental porque avalia a pessoa atendida e não somente a diabetes”, afirma a enfermeira especialista em educação sobre diabetes da SAS Brasil, Karine Bernardo, destacando a complexidade do tratamento em um contexto onde a orientação e o acolhimento desempenham um papel indispensável.

Para complementar o suporte para a pessoa com diabetes, são realizados encontros presenciais e remotos com os profissionais de saúde locais, como Agentes Comunitários de Saúde, enfermeiros e médicos para compartilhar, trocar experiências e levar orientações relacionadas ao cuidado e tratamento.

 

Você também pode transformar vidas contando essa história para mais pessoas!

Que tal disseminar saúde com a gente? 

 

Fontes da SAS Brasil:

Karine Bernardo, enfermeira diabetologista pelo Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC/UFC).

Vivian Elinger, médica endocrinologista e presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *