Estimativa do Inca é um alerta nesta Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal. Especialista comenta sobre a doença

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número estimado de casos novos de câncer da cavidade oral para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 15.100 casos, correspondendo ao risco estimado de 6,99 por 100 mil habitantes, sendo 10.900 em homens e 4.200 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 10,30 casos novos a cada 100 mil homens e 3,83 a cada 100 mil mulheres. Neste levantamento, foram considerados como cânceres os tumores de lábio, cavidade oral, glândulas salivares e orofaringe.

 

Para alertar sobre a questão, a primeira semana de novembro é considerada a Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal. A odontóloga Andreia Coelho, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, destaca que alguns hábitos podem aumentar o risco de desenvolver a doença. “Tabagismo; consumo excessivo de álcool; exposição ao sol, principalmente nos lábios; infecção por HPV (doença sexualmente transmissível); higiene oral ruim e histórico familiar de câncer bucal. Deve-se evitar esses fatores de risco”.

 

A especialista explica também sobre os sinais da enfermidade, que no início não doem. “Uma das dificuldades no diagnóstico precoce do câncer bucal é que nos estágios iniciais não há sintomas de dor e quando vão ao dentista já está em estágio avançado. Porém, existem sinais que devemos ficar sempre atentos como feridas na boca ou nos lábios que não cicatrizam e manchas brancas ou vermelhas nas gengivas, língua, amígdalas ou revestimento da boca. Além de dor ou sensação de algo preso na garganta; dificuldade ou dor ao mastigar ou engolir; dormência na língua ou em outras áreas da boca; inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura se ajuste mal ou fique desconfortável e dor de ouvido persistente”.

 

Pontos da boca
De acordo com Andreia Coelho algumas áreas da cavidade bucal são mais frequentes para desenvolver a doença. “O câncer bucal pode ocorrer em várias áreas da boca, mas algumas são mais comumente afetadas: língua, assoalho bucal, lábios, gengiva, bochecha, céu da boca e nas amígdalas e parte posterior da garganta. É importante as pessoas darem sempre uma inspecionada nessas áreas da boca se existem feridas que não doem ou alteração de forma e de cor”, alerta.

 

Segundo a odontóloga, alguns hábitos podem ajudar a evitar a enfermidade. “Embora não seja possível prevenir completamente o câncer bucal, existem várias medidas que podem reduzir significativamente o risco como não fumar e evitar o uso de qualquer forma de tabaco; evitar o consumo de álcool; visitar regularmente seu dentista; proteger os lábios do sol; manter a boa higiene bucal; adotar uma dieta saudável e vacinar-se contra o HPV e usar preservativos”.

 

Ela ressalta ainda a importância de reparar na cavidade bucal. “Deve-se fazer ainda um auto exame regular da boca, ou seja, ficar atento a quaisquer mudanças ou anormalidades na boca e procurar um dentista ou médico sempre que notar algo suspeito”, aconselha. Andreia Coelho explica ainda que o tratamento do câncer bucal é realizado pelo médico oncologista e cirurgião e pode envolver cirurgias para remover a lesão, radioterapia e quimioterapia.

 

A odontóloga Andreia Coelho pontua que nos estágios iniciais o câncer bucal não tem sintomas

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